Fado de Coimbra

domingo, junho 26, 2011

É bom perceber este tipo de participação e de interesse por esta forma única de arte e de expressão tão aquém daquilo que representa o Fado e Lisboa. Qual é o verdadeiro problema? Intérpretes? Não dever ser - vejam-se os excelentes exemplos dos nossos conterrâneos Nuno Silva e João Farinha. Vozes de sonho junto a uma interpretação puramente Coimbra. Sem dúvida o melhor que Coimbra já viu nos últimos 10 anos. O que se passa então para não existirem outros como tal? Falta de talento? Talvez... mas nem tanto! Falta de tempo? Não é por aí. Falta de gosto pelo modo? Vá lá, não sejam ridículos, o que é o Fado de Lisboa então? Apaixonem-se pela nossa música, pela emoção que ela trasborda e que nos faz vibrar cada vez que pelo nosso Portugal ou por esse Mundo fora o trinar das guitarras ou a voz de um cantor de Coimbra se faz ouvir. Somos únicos como já ouvi dizer a um Maestro Italiano. O que nos falta então para nos catapultarmos para essa imensidão do reconhecimento extra universidade? Deixei-se de lamúrias e de críticas sem fundamento ou intuito e passemos a acção. Querem um Fado de Coimbra diferente, mais actual, mais abrangente, conciliador, então temos de deixar de viver no passado e voltarmos-nos para o futuro. Mulheres a cantar Fado de Coimbra!?!?!? Porque não? Talvez assim esta expressão social tenha obtenha a dimensão nunca antes alcançada. Esses comentários sobre plágios não merecem qualquer tipo de comentário. Por favor. Não me façam perder tempo com este tipo de assuntos. Objectividade e rumo são os assuntos prementes do momento, não alimentar confusões ou actividades paralelas.

Participem




quarta-feira, maio 11, 2005

O Eduardo que era Edmundo

Não é meu costume comentar comentários. Muito menos quando se escondem atrás de anonimato. Neste caso, porém, não posso deixar de tecer duas ou três ideias, a propósito do comentário ao meu texto “ uma pedra no charco ”.

Em primeiro lugar, congratulo-me com o facto de acederem ao BLOG e se darem ao trabalho de escrever comentários. Porém, ficaria bem mais satisfeito se os comentários se debruçassem sobre a problemática que mais importa, a meu ver o próprio fado/canção de Coimbra e a sua existência futura.

Em segundo lugar, gostaria que os contributos, sempre bem vindos, que cada um seja motivado a apresentar no BLOG fossem imbuídos de um espírito de boa – fé, de boa intenção. Não me parece muito produtivo, em termos de ideias, questionar-se tão somente o nome próprio de um ( sem dúvida grande ) cantor de Coimbra já falecido, num texto sobre o surgimento de um novo CD de música de Coimbra. No mínimo, deve conceder-se o benefício da dúvida ao autor do erro, não o rotulando, por antecipação, de ignorante. Idealmente, deveria atender-se ao “ miolo ”da comunicação, aportando outras reflexões que não um simples e comesinho erro de escrita. Não me parece, com o devido respeito, que se possa caminhar decididamente para a frente olhando sistematicamente para trás. Mais passada menos passada, o tropeção é inevitável.

Em terceiro lugar, quero reiterar a intenção de denunciar, para quem o quiser saber, como surgiu o falado “ concurso Edmundo Bettencourt ” e por que afirmei tratar--se de um ” plágio ”, embora dissimulado.

Até à próxima. Voltem sempre. Eu voltarei.


Aníbal Moreira

quarta-feira, março 16, 2005

Uma Pedra no Charco

Não posso deixar de congratular-me com a entrada no mercado de um CD chamado “ Prospecção ”, do grupo Canção de Coimbra.
O CD agora editado resulta da vitória alcançada no concurso Eduardo Betencourt, promovido no ano passado pela Câmara Municipal de Coimbra, e destinado a premiar o melhor conjunto de originais.

O concurso, louvável na sua aparência, foi originariamente um verdadeiro “ plágio ”e não me parece que cumpra, a médio prazo, os propósitos de dinamização da actividade criadora à volta da canção de Coimbra. Sobre isso escreverei noutra ocasião, porque as verdades têm que ser ditas.

O que me interessa aqui realçar é que, contrariando a recorrente estagnação produtiva, surgiu um conjunto de temas novos para degustação dos amantes da renovação da espécie. Goste-se ou não, as peças apresentadas, pela sua consistência poética e musical, são objectivamente uma pedrada no charco do panorama fadístico coimbrão e, ao provocar alguma ondulação, alimentam a crença de que o fado / canção de Coimbra não caminha inexoravelmente para a extinção.


Aníbal Moreira

sábado, fevereiro 26, 2005

CHAMEM-LHE O QUE QUISEREM, MAS CRIEM-NO

Ou muito me engano, ou aquilo a que uns continuam a chamar “Fado de Coimbra”, outros rebaptizaram de “Canção de Coimbra” e outros ainda refundiram nas mais variadas formulações, vai simplesmente morrer de ... pasmo. Se antes não morrer de inanição, claro. O panorama musical coimbrão, no que respeita à velha arte estudantil, não passa de um contínuo marasmo revivalista, onde se sucedem, a preto e branco, todos os clichés que fizeram moda, ao gosto dos intervenientes. Algo semelhante a um lago de margens verdejantes e aprazíveis, mas onde a água está tão quieta que dela emana um cheiro levemente desagradável. Se apurássemos o olfacto, sentiríamos na verdade o odor pútrido de um cadáver em decomposição.

Salvo honrosas excepções, Coimbra deixou de ter criadores de canções, de poetas/letristas, de ser um alfobre de novas ideias, novas estéticas, novos desafios. Não me lembro já da última vez que ouvi um tema novo com inspiração coimbrã e os mais recentes são sobretudo produto de algumas “velhas glórias” que teimam em garantir que estão vivas. Não falarei dessas excepções, salvo para reforçar que são indesejáveis, que devem desaparecer, enquanto tais. A regra deve ser a criação, o desafio, o risco, a ousadia, a urgência. E pouco importa o nome do que surgir dos dedos e gargantas dos criadores. Chamem-lhe o que quiserem, mas criem-no.

Aníbal Moreira

sexta-feira, outubro 15, 2004

Lufada de Ar Fresco

Nos tempos que correm são poucos os interpretes de canto da Canção/Fado de Coimbra. A evolução que se propagou em termos de ensino da guitarra e da viola faz com que actualmente estes dois instrumentos tenham valências suficientes para que se possa estar satisfeito com o resultado. Alguns dos exemplos acabados desta minha afirmação são jovens como Carlos Jesus, Ricardo Dias, Fernando Marques e Luis Oliveira, na guitarra, que explanam toda a sua virtuosidade, melodia e encanto, no doce dedilhar das cordas, produzindo elementos sonoros de uma beleza celestial e Paulo Larguesa na viola, exímio executante e que tantos nomes de relevo tem acompanhado.
No entanto a vertente do canto não foi acompanhada pelo mesmo progresso que as muitas escolas de guitarra e de viola têm produzido. À parte de também não haver quem o ensine, exceptuando a Secção de Fado da AAC e a escola da Associação Cultural "Coimbra Menina e Moça" , o problema prende-se também e essencialmente com a falta de jovens com vontade de aprender. A Canção/Fado de Coimbra não lhes toca...portanto não pega. Se o canto se tornar ponto de atracção algo poderá mudar.
Outro dos enigmas é a não participação das mulheres. Este é sem dúvida algo que, embora já discutido em inumeros colóquios, está a emprerrar a dimensão desta forma de canto. Porquê? Porque não mulheres a cantar Fado de Coimbra? Quem teve oportunidade de ouvir algumas das vozes femininas que estiveram na Grande Noite da Canção de Coimbra, no passado dia 10 de Julho, comprovou o quanto alguns estão redondamente equivocados, quiçá um pouco descontextualizados.
Os tempos são outros! A forma não pode ser sempre a mesma!

quinta-feira, outubro 14, 2004

Coimbra, Tem Mais Encanto...

terça-feira, outubro 12, 2004

Fado de Coimbra - Que Futuro?

Este é um espaço de livre expressão de ideias, vontades e sentimentos, sobre tudo o que envolve esta forma única de canto, esta arte que nos envolve e espreita perante a busca de novos interpretes, de novas letras, de uma nova musicalidade.
É pois um lugar onde se esperam as opiniões dos ídolos de outrora, dos contemporâneos, dos amantes, dos desgostosos, dos cépticos e, acima de tudo, dos que acreditam que é possível elevar o Fado de Coimbra ao lugar onde todos o possamos apreciar, discutir e comentar, mas também ver e ouvir.
O papel dos media é neste ponto de uma importância vital. Esta forma de expressão praticamente não é contemplada em nenhuma playlist das radios nacionais e, excepção se faça a alguns alinhamentos televisivos, nem um programa digno desse nome me lembro de ver num qualquer canal privado ou mesmo público.
Algo terá de ser feito. É hora de se unirem esforços e juntar valências com o objectivo de criar uma dimensão nacional e internacional para este tão conhecido e acarinhado modo de expressão.